sexta-feira, 23 de maio de 2014

Chamem os poetas que deixaram a ideia de sofrer - Eduardo Guimarães



ficarei aqui




Eu escolhi escolher um lado da rua.

A minha cruz Senhor, nossas mãos.
É impossível alguém trabalhar sem ter
o direito de infringir a atenção.
Porque quem ama, nunca experimentei
Mas tive sorte por
ser um livro sobre os meus dias de vida
passados numa TV qualquer em
que descobri:

"Bem-aventurados os que se vão,

porque ficarei aqui"

Espero frutos?

Não necessariamente,
Signos, talvez, dos bens porque me comparo.
Tiro a glória da minha mão trêmula.

Chamem o SAMU!!!!

Chamem de mandamentos acima
Chamem os poetas que deixaram a ideia de sofrer.

E como é duro andar na rua:

Vi uma senhora precisando
ser pensante e sentinte a cada momento.
Síndrome de viver. Mas por cima.
Só pra impressionar a outros que sequer gostamos.
Talvez só pra dizer também.

Se for, você pode escrever um livro:

rios, cemitérios, pontes e hospitais.

Já não chamo de viagem para Nárnia

Eu chamaria de ficar, morrendo,
E hoje foi sem pena.

Pra quem quiser, tenho memória sim...

Vocês podem ver...



*pic: Pregador de Muros, foto de Eduardo Guimarães



Bem-aventurados



Bem-aventurados os cegos,
não vão ler este -sermão-?
(não será lançado em braile).

Bem-aventurados os que nasceram,
viveram e se nutriram
para ficar esperando um táxi.

Bem-aventurados os caminhos
de amores que terminam no fim.
Amor, dessa vez foi demais...

Bem-aventurados os que se matam,
mesmo não tendo sido tratados
com o pior dos vinhos...

Bem-aventurados os mensaleiros na cadeia,
terão suas mensagens.
Portanto, se está lendo isso, sinta-se abraçado

Bem-aventurados os que não tem certeza
pra que essas obras estão sendo construídas,
prédios, presídios e estádios.

Bem-aventurados os transitivos sem vírgulas,
sem eco-feminismos, flores, flores,
oh senhor das mais antigas formas de comunicação.
Esta não soube amadurecer.


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