domingo, 28 de janeiro de 2018

A Assinatura de Valéria Duarte

Tenho certo apreço pela palavra.
É um amor sincero.
Remonta de anos literários,
quando ainda, eu não entendia
sobre a semântica.
Palavra era pão.
Matava minha fome.
Podia crer eu, nos manifestos.
E nas esquinas perpétuas.
Palavra então, era tiro.
Muito mais que as figuras, e as linguagens.
Muito mais que os poentes, o gado, e a retórica inventada.
Muito antes, da palavra ser pisada.
Palavra era escada.
Podia crer eu, nos muros então.
E muito mais na visão.
Mas, a minha palavra não era organizada
Não ditava jargão.
Minha palavra era dito.
Às vezes, edito.
Palavra é bordejo de interior.
Máquina de viver do Manoel.
Predicativo de um tempo.
Verbo, carne, e invenção.
Vende-se palavra de graça.
Não precisa comissão.
A arte é dura;
de segunda à domingo
Entra pelos sete buracos de minha cabeça, ou não.
Sem pedir licença à sua presença, Caetano.

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